Nneka – “a nova Lauryn Hill”

4 07 2009

nneka

Nneka é bela e tem uma belíssima voz. Seu marcante acento e sua rebelde cabeleira, penteada em estilo black power, revelam suas origens africanas, declaradas também em letras e rimas. Rimas essas que versam ainda sobre as mais íntimas aflições da moça, embaladas por reggae, rap, jazz, funk, trip hop, soul. Com tudo isso, dá para entender porque publicações como o jornal inglês “Sunday Times” e os franceses “La Marseillaise” e “Libération”, entre outros, a apresentam como “a nova Lauryn Hill”. A comparação faz sentido, e a diva americana e sua extinta banda, o Fugees, são, declaradamente, uma de suas referências. Mas Nneka Egbuna tem personalidade e atitude de sobra para ser mais do que apenas uma sucessora de “miss Hill”. E se a aposta dos críticos estiver correta, seu primeiro disco, “Victim of Truth” (2005), teria sido um “best-seller global” se lançado em Nova York. Se a estréia impressionou, em “No Longer at Ease”, álbum que saiu em 2008 no exterior, Nneka aprimora suas influências e, pela primeira vez, é ouvida pelo grande público. Foi graças a ele que as pessoas descobriram o CD anterior. E é também por ele que seu nome figura no line-up de festivais europeus ou abrindo para artistas como Sean Paul e a dupla Gnarls Barkley. Mas Nneka parece passar ao largo das apostas e comparações. “As pessoas têm necessidade de relacionar um artista ao outro. A mídia precisa disso. Eu não”, disse a cantora à Folha em entrevista realizada por telefone. “De certa forma, é um prazer ser comparada a Lauryn Hill, porque ela é alguém que, definitivamente, tem algo a dizer. Você sente e ouve isso em suas letras”, fala Nneka. “Na verdade, ela é grande demais para ser comparada ao que estou fazendo.”

Histórias

Nascida em Warri, a “cidade do petróleo”, na Nigéria, a 24 de Dezembro de 1981, Nneka, tem muito a contar. Atualmente, ela trafega entre a terra natal, onde mora seu pai, e Hamburgo, na Alemanha, para onde se mudou aos oito anos, por motivos sobre os quais ela pouco fala. “Nunca foi minha intenção vir para cá [Hamburgo]. Tive problemas pessoais e, por coincidência, estava na Alemanha na época, mas sou mais africana do que européia.” Formada em antropologia, Nneka canta desde sempre, mas, só nos últimos três anos transformou seu hobby em profissão. “Nunca tive chance de fazer música. Minha família não tem nada a ver com a música. Meu pai é um arquiteto que se tornou fazendeiro. Sobre minha mãe [que é alemã], sei pouco. Não cresci com ela”, conta. “Escrevia sempre que sentia saudades da Nigéria. Quando estava sozinha. Era uma terapia para lutar contra a tristeza.” Além de sentimentos pessoais, suas letras tratam de problemas sociais e políticos da África e, segundo ela, refletem mais ou menos sua experiência de vida. “O que acontece ao meu redor e as pessoas com as quais convivo são minha grande inspiração”, descreve. Neste ponto, a influência do conterrâneo Fela Kuti, o criador do afrobeat, se sobrepõe à do hip hop norte-americano ou à do reggae jamaicano, dois ritmos marcantes no diversificado estilo de Nneka. “Fela Kuti é uma grande inspiração para todos os nigerianos. Ele e sua luta pela democracia e pela liberdade artística”, diz. “Fela é o rei do afrobeat; um dos pais da música africana. Ele era capaz de exprimir as vontades do povo.”

Fica aqui, na minha opinião, a melhor música de cada álbum que ela lançou até agora:

Africans

Heartbeat





Kasabian – Where Did All The Love Go?

2 07 2009

Where Did All the Love Go? é o novo single dos Kasabian que vai ser lançado a 3 de Agosto de 2009, música incluída no mais recente álbum West Ryder Pauper Lunatic Asylum